terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Bolhas, Tê-las ou Não Tê-las, como Sabê-las?

* Por Vars Braga Roman


As caminhadas e peregrinações, não são para nos flagelarmos e sim para desfrutarmos, ter momentos de reflexão, sentir a natureza na sua plenitude, poder nos conectar com o nosso sagrado e compartilharmos novas experiências.

Quando planejamos fazer longos percursos, em algum momento da nossa empreitada vamos deparar com o “fantasma” das bolhas.

O primeiro passo é tentar não tê-las, amaciando por algum tempo o calçado que escolhemos (botas, tênis, sandálias, etc...), usando sempre meias adequadas, às vezes até duas meias, untar os pés com vaselina sólida para diminuir o atrito. É recomendável fazer testes com as botas ou tênis, tipos de meias, usar ou não vaselina sólida, pois cada pessoa e cada pé reage de uma maneira. É muito importante parar ao primeiro sinal de desconforto nos pés. Muitos de nós, na ânsia de “não perder” tempo, não atentamos para os sinais de nosso corpo. Qualquer desconforto em nossos pés, como meias mal ajustadas, pequenas pedras/pedaços de madeira ou a sensação de que um ponto ou uma região do pé está queimando, podem ser o princípio para que uma bolha apareça. Portanto se acontecer alguma das situações citadas, devemos parar o mais rápido possível e ajustar o que está causando o incômodo. Pode ser ajustando a(s) meia(s), tirando algum objeto que tenha entrado no calçado ou no caso de queimação no pé, proteger a região com esparadrapo, de preferência “micropore”, mas na falta desse o que tiver (esparadrapo comum, curativos, etc...).

Não se esqueçam, caminhar com bolha (s), torna a jornada mais dolorosa, mais lenta e menos prazerosa.

Tomei todas as precauções possíveis para evitar as bolhas, porém elas surgiram. E agora? Não é o fim do mundo! 

Precisamos avaliar primeiro se é uma bolha com água ou com sangue. No caso de bolhas com sangue, não é recomendável mexer, e sim, procurar ajuda especializada em algum hospital ou posto de saúde.

No caso de bolhas de água precisamos avaliar em que região está a bolha, dedos, sola do pé, calcanhar, laterais. Após uma primeira análise é importante verificar se essa bolha não atrapalha para caminhar. Caso a bolha não nos cause incômodo, ou só um pequeno desconforto, não devemos drená-la, pois o organismo vai tratar de recuperá-la. Sem furar a bolha não haverá risco de qualquer infecção.

No caso de bolhas que causem dor e não nos permitam caminhar, então devemos drená-las.

A melhor maneira é usar uma agulha esterilizada e um fio/linha de algodão, também esterilizado, de preferência, embebido com “Betadine” (Iodo antisséptico). Devemos fazer uma boa assepsia do local, com álcool ou Betadine, colocar o fio/linha na agulha e furar a bolha, deixando parte da linha dentro da bolha para ficar drenando a bolha e dar dois ou três nós com as outras duas extremidades para que a linha não saia. 



Devemos mexer de vez em quando com a linha para que não grude na pele e permita que a bolha seja drenada constantemente. Para evitar infecções e ajudar na cicatrização, o ideal é colocar Betadine dentro da bolha, se possível. Pode se usar uma seringa com agulha para colocar o medicamento porém é preciso tomar muito cuidado para não tocar com a agulha na carne “viva” que fica por baixo da pele, pois isso é bastante doloroso, mas permite uma cura mais rápida, sem correr riscos de infeccionar.

Como o Betadine não é encontrado no Brasil, poderemos usar um álcool antisséptico para esterilização da agulha e linha, e uma pomada de neomicina para aplicar por fora da bolha. Algumas pessoas preferem queimar a agulha para esterilizá-la. Portanto, na bolsa de primeiros socorros devemos incluir: um frasco de Betadine ou antisséptico/neomicina, uma agulha e linha, gaze para curativos e uma seringa pequena com agulha (descartáveis).

Cada um deve usar o método no qual se sente mais seguro e achar mais prático. Esse artigo serve como orientação e não tem a pretensão de ser a única maneira de tratar bolhas. É uma maneira prática empregada por muitos peregrinos em seus caminhos. Uma boa dica é falar com seu médico pessoal, qual a orientação recomendada por ele. 

Ótimos caminhos!



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