sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O Exercício Faz Parte da Natureza Humana

"Ser Feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade"
Carlos Drummond de Andrade



Por Paula Regina Cerdá Soares – Bacharel em Educação (Unicamp/SP). Especialização em Treinamento Esportivo e Personal Training. Atuo na área de treinamento e atividade física há mais de 15 anos, sempre objetivando a melhora da saúde e inteligência corporal de meus alunos. Adoro os esportes e a interação com o meio-ambiente que eles nos proporcionam. Música, línguas e cinema também fazem parte das atividades que me divertem.   


Gostaria de começar minha participação neste blog convidando as leitoras a deixarem de lado seus conceitos e pré-conceitos sobre atividade física e se lançarem em uma nova abordagem sobre o tema. Não falaremos simplesmente sobre os benefícios de sua prática na prevenção de inúmeras doenças, na melhora da autoestima e mobilidade de seus praticantes. Desnecessário, ainda, seria enaltecer a influência direta que as atividades físicas exercem nas suas mais variadas formas sobre temas como “Estética” e “Corpo Ideal”.  

Tenho a firme convicção de que se exercitar faz parte da natureza humana. Desde o útero de nossas mães, já ensaiamos nossos primeiros chutes e reviravoltas! Ao sairmos de lá, iniciamos a complexa e genial orquestração de variados músculos para atenderem nossas mais prementes necessidades - que vão desde o ato de se alimentar até a fazer aquele escândalo quando somos contrariados, esperneando, chorando, batendo o pé firmemente no chão. Passamos nossos primeiros tenros anos tomando consciência de nossos corpos e de tudo que podemos fazer com ele. O mundo ao nosso redor fornece estímulos tão desconhecidos e intrigantes que nossa motivação para correr, pular, agachar, lançar, dançar, lutar e brincar é imensa. Nem nos damos conta de todo o volume, intensidade e esforço empregados em nossas ações! Já um pouco mais crescidos, somos engajados em atividades físicas estruturadas, enquadradas dentro de regras e formatos pré-definidos. Aprendemos os movimentos básicos de alguns esportes, danças e diversas brincadeiras universais, como o “pega-pega” e o “esconde-esconde”. Às vezes, já nos sentimos capazes para participarmos de competições e iniciarmos um período de especialização motora dentro de alguma atividade esportiva.

 Quando chegamos à vida adulta, “perdemos” a memória de como era divertido e estimulante nos mexermos. Estamos com nossas energias e preocupações voltadas completamente para nosso desenvolvimento profissional ou familiar. Deixamos de lado nosso corpo que agora, aos poucos começa a nos atrapalhar -  aquela calça que não serve mais, a blusa que deixa o braço gordo ou aquela distância enorme entre a vaga do estacionamento e a entrada do shopping. Por que ficou tão difícil usarmos mais do que nossa mente? Tornamo-nos dependentes de máquinas e comodidades, as quais em um primeiro olhar nos trazem mais facilidade e rapidez, mas que, no fundo e guardada a devida proporção, fazem-nos esquecer de como é revigorante e prazeroso usarmos nossos músculos e impor-nos desafios!

Convido as leitoras a voltarem a suas infâncias e juventudes e fazerem um exercício de memória cinestésica, recordando “fisicamente” alguns de seus momentos bem alegres, onde brincavam, corriam ou descobriam sensações novas através de rodopios, cambalhotas, saltos ou travessuras!

É totalmente possível e factível - mesmo em nossa fase adulta - sentirmos alegria na prática de atividades físicas e, assim, desfrutarmos dos mais variados benefícios delas advindos. Sejamos felizes nos movimentado!! 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Perfil da Participante: Michelle Kitze

"Supor é bom - descobrir é melhor"

Mark Twain



Michelle Kitze A.K.A. "GPS". Essa pequena criança foi encontrada caminhando na serra do Japi e depois nunca mais deixou de participar do grupo. Possui um ótimo senso de direção, como atesta o esposo que se recusou a fazer uma caminhada em local que ela já havia feito e tinha as dicas das direções a serem seguidas. Quando houver pessoas sem rumo na trilha, com certeza será nosso ponto de referência. Companhia agradável, alegre e comunicativa (como atesta o sorriso da foto). Bastante desligada do mundo, das redes sociais e - pode acreditar - tem o admirável ponto forte de não ter facebook!

Como/Por que começou a caminhar?
Comecei a caminhada na adolescência, para emagrecer. E acabei descobrindo uma paixão, que não tem fim, A cada caminhada, sinto mais vontade de seguir adiante...

Prefere que tipo de caminhada?
No meio da natureza, para contemplar a mata, rios, cachoeiras, fauna e flora.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
K2, em Joaquim Egídio - SP

Que caminhada pretende fazer?
Caminho de Compostela

Qual equipamento considera indispensável?
O calçado adequado.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Ainda não, pelo menos que eu me recorde...rsrsrs...

Uma lembrança inesquecível?
Terminar o K2 e celebrar essa conquista no bar com os amigos queridos. O fim de tarde estava maravilhoso, o local era incrível e tiramos várias fotos hilárias para registrar o momento.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Nosso Logo

A lua já ía alta. Sentados ao redor de uma mesa de vinho e amizade, procurávamos pelo nome de nosso grupo de caminhada. Inspirados pelo idioma dos índios, que por aqui caminharam desde tempos esquecidos, encontramos nosso BOM CAMINHO: KATU (bom) APE (caminho)...KATUAPE.

Mas o que simbolizaria nosso grupo? Algo que representasse nossos valores fundamentais e nos identificasse com a natureza. O prazer da caminhada, a promoção da saúde e bem estar, a solução de problemas modernos como a falta de foco, o estresse, o excesso de informação. A promoção do turismo, ecologia, e acima de tudo, a amizade.

Testemunha silenciosa na noite em que batizamos nosso grupo, a lua foi novamente nossa inspiração. Os lobos saúdam a lua e decidimos como nosso símbolo o Lobo-Guará! Animal da fauna brasileira, de característica nômade e elegante.

Embora tenha um hábito solitário, ele possui uma relação simbiótica com uma planta denominada Lobeira (ou fruta-de-lobo). É de sua flor que nos inspiramos para as cores de nosso logo.


Ao consumir o fruto da lobeira, o ganho é mútuo. O lobo se livra de doenças, e em retribuição a planta tem suas sementes dispersas no ambiente. Este mesmo ganho mútuo aproxima nosso grupo de caminhada: espalhamos o hábito saudável, e os novos participantes espalham a ideia, e nos conduzem a lugares novos e pessoas novas.

E aí? Gostou de nosso logo? Esperamos seus comentários. Katuape!



sábado, 8 de agosto de 2015

Perfil do Participante: Marius Barna

"O Mundo não é uma pergunta. É a resposta."

J. L. N. Martins



Marius Barna A.K.A. "Gringo", é o representante europeu em nosso grupo. Garantia de conversas sempre agradáveis e assuntos diversificados. Com ampla experiência em caminhadas e integrado ao grupo desde a primeira participação, conquistou a todos mostrando a facilidade de relacionamentos. Tem o espírito da equipe e isso o torna um membro importante nas caminhadas realizadas pelo grupo Katuape

Como/Por que começou a caminhar?
Tenho lembranças antigas, desde infância, relacionadas às caminhadas. Sempre com minha mochila, botas de montanha e indumentária típica. Meu pai gostava de montanhismo e me levava junto nas caminhadas.

Prefere que tipo de caminhada?
Montanha (sem escalada), florestas. Cidades.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Montanhas Tatra e Cárpatos (travessias) e Lourdes (via Pirineus) - Santiago - Muxia/Fisterre - Fátima (1.000 milhas, maio-junho 2015)

Que caminhada pretende fazer?
No Brasil: Serra Fina, Petrópolis-Teresópolis e Roraima. E outras!
América Latina: os lagos chilenos (sul)
EUA: trilhas nos Appalaches
Europa: Pirineus (a grande travessia) e dolomites
Também: os caminhos tradicionais de peregrinação (os espanhóis - os próximos 2 já agendados! - e os franceses)

Qual equipamento considera indispensável?
"BMM": Botas, Meias, Mochila.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Várias vezes: Especialmente, por ter "perdido"o caminho, consultado um mapa errado e confundido o nome das localidades, pessoas, albergues, etc. E, definitivamente: não sou amigo dos GPSs!

Uma lembrança inesquecível?
Sempre a mais recente é a mais forte: Lourdes-Fátima (as histórias ouvidas e as pessoas conhecidas no Caminho!).

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Katuape faz parte do PROJETO VIDA SAUDÁVEL

"A Vitalidade não se revela apenas na capacidade de persistir, mas também na de começar tudo de novo"
Scott Fitzgerald

(Por Claudio Caldeira)

Muitos anos como praticante de Caminhadas serviram para superar vários desafios: o recorde de KM em um mesmo dia, o número de dias consecutivos de caminhada, tentar aumentar a velocidade para reduzir o tempo de chegada ao destino. No entanto, nunca pensei que receberia um convite como este: prazeroso e desafiador ao mesmo tempo! 

Tudo começou ao final de uma Caminhada Filantrópica. Estávamos no restaurante almoçando, quando um casal (Edson Carolino e esposa) perguntou pelo meu nome. Fomos apresentados, e ele mostrou o projeto do qual faz parte. Recebi o convite para integra-lo como responsável por planejar e caminhar com pessoas que são membros desse projeto. Como poderia recusar tal convite? Sou um praticante e apaixonado pelo que faço. O desafio foi lançado, com um público alvo totalmente diferente de todos que até o momento caminharam comigo. 



Todos esses meninos e meninas que fazem parte do PROJETO VIDA SAUDÁVEL são campeões de motivação. Uma turma na terceira idade, ou melhor dizendo da MELHOR IDADE. Tenho agora a recompensadora missão de caminhar com todos eles, e a cada dia motivar muito mais pessoas a praticar esse hábito saudável e prazeroso. Caminhar, observar, compartilhar e criar novos amigos durante essas longas horas apreciando a natureza. O canto dos pássaros, o nascer e o pôr do sol, a lua que acompanha seus passos ou mesmo uma conversa agradável com as pessoas que estão ao seu lado.

O grupo KATUAPE criado com o objetivo de fazer filantropia, iniciou com caminhadas em prol da entidade FIC - Fraternidade Irmã Clara (clique aqui) que tem como missão, abrigar e atender portadores de paralisia cerebral, em qualquer grau, sem discriminação, promovendo a qualidade de vida através da reabilitação, motora e cognitiva e valorização do vínculo familiar.

Agora faremos parte de um projeto muito mais amplo desenvolvido na cidade de Itupeva e coordenado por Rosemary Perlini (Supervisora de Politicas para o Idoso) e por Edson Carolino (Diretor de Politicas para o Idoso). Ambos são responsáveis pelo CCI - Centro de Convivência do Idoso. Nosso objetivo é proporcionar caminhadas programadas nos finais de semana em parques, reservas naturais e estradas vicinais onde poderemos trazer a agradável sensação de liberdade e convívio com a natureza.

Estou certo que vou aprender muito, ao lado de pessoas que possuem a força, coragem e motivação para viver e praticar esporte. Estou estimulado a fazer o melhor para que todos tenham mais alegrias e tragam seus amigos e conto com o apoio do Prof. Leonardo (Leo – na foto ao meu lado), que já faz parte desse grupo e apoia nas atividades físicas. Criaremos uma nova perspectiva para essa prática, procurando sempre aumentar o número de participantes. Interessado? Vamos Caminhar? 

sábado, 9 de maio de 2015

Perfil do Participante: Márcia Cristina Freitas

"O desejo de ir em direção ao outro, de se comunicar com ele, ajudá-lo de forma eficiente, faz nascer em nós uma imensa energia e uma grande alegria, sem nenhuma sensação de cansaço."

Dalai Lama



Márcia Cristina FreitasA.K.A. "Garrafada", é famosa por seu apreço pela medicina tribal (rsrs). Chegou ao grupo elevando os níveis de assiduidade. Não perde uma caminhada, e está sempre disposta e de bom humor. Abraçou rapidamente o espirito democrático e de alto astral: a conversa é agradável, sem radicalismos, mas com personalidade. Márcia mostra compromisso genuino com o grupo e se tornou rapidamente figura de suma importância no Katuape.

Como/Por que começou a caminhar?
Sempre fiz caminhadas sozinha , quando tinha oportunidade de sair da selva de pedras. Não podia ver um trechinho de terra que logo me punha a caminhar, apreciar a natureza , ouvir os sons de pássaros, das arvores ao balançar com o vento  e sentir os aromas do caminho.

Prefere que tipo de caminhada?
Minha preferencia  são por trilhas dentro de mata, onde geralmente você anda, sobe, desce e sempre encontra paisagens belas e inusitadas. Mas também  não descarto caminhadas por estradinhas de terra, de preferencia com algumas subidas básicas

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Por enquanto, foi  a do Bar do Vicentão em Joaquim Egídio (Campinas-São Paulo). Já fiz 3 vezes, mas a primeira foi o teste para aguentar 20KM com muito Sol e Subidas longas.  Achei que não aguentaria a ultima subida, batizada de Mini K2.

Que caminhada pretende fazer?
Pretendo fazer o caminho de Santiago de Compostela e outra que me instiga bastante é a dos 88 templos de Shikoku no Japão

Qual equipamento considera indispensável?
Águaaa !!!! Protetor solar , luvas e boné....

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Hahahahahaha !!!!! No Gomeral , como gosto de abraçar o mundo, tentei também abraçar uma pedra...kkkkk, segurei em uma corda e não apoei o pé onde deveria e joguei o corpo, bati com tudo do outro lado da pedra e voltei, pensei que tivesse quebrado o braço, tudo isso por livre e espontânea falta de habilidade e teimosia.

Uma lembrança inesquecível?
Todas as caminhadas são inesquecíveis e as tenho guardadinhas. Mas a caminhada noturna da lua cheia, a primeira que fiz, foi o inicio de tudo !!!  (principalmente da nova Márcia). No meio do caminho estava andando sozinha e encontrei duas senhoras com dificuldade para tirar foto e ofereci  para ajuda-las,  elas agradeceram imensamente e disseram: “..... foto tirada pela pessoa que se oferece a fazer é duas vezes agradecida..... E se prepare, se o bichinho da caminhada te morder, você vai ficar viciada!!!" Dito e feito!!!

terça-feira, 5 de maio de 2015

Ruínas

"Há duas espécies de ruínas: uma é o trabalho do tempo, outra o dos homens. "
François Chateubriand


Coletânea de fotos de ruínas e locais abandonados, testemunhos da força do tempo. Assim como as pessoas, também as coisas caminham para seus destinos.

Grupo Katuape - próx. ao Rio Jundiaí
"Se é sempre Outono o rir das Primaveras, 
Castelos, um a um, deixa-os cair... 
Que a vida é um constante derruir 
De palácios do Reino das Quimeras! 

E deixa sobre as ruínas crescer heras, 
Deixa-as beijar as pedras e florir! 
Que a vida é um contínuo destruir 
De palácios do Reino das Quimeras! 

Deixa tombar meus rútilos castelos! 
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los 
Mais alto do que as águias pelo ar! 

Sonhos que tombam! Derrocada louca! 
São como os beijos duma linda boca! 
Sonhos!... Deixa-os tombar... Deixa-os tombar. "
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade" 

Construção em adobe, trilha do fantasma

Mais uma da trilha do fantasma
" Cobrem plantas sem flor crestados muros; 
Range a porta anciã; o chão de pedra 
Gemer parece aos pés do inquieto vate. 
Ruína é tudo: a casa, a escada, o horto, 
Sítios caros da infância. 
Austera moça 
Junto ao velho portão o vate aguarda; 
      Pendem-lhe as tranças soltas 
     Por sobre as roxas vestes. 
Risos não tem, e em seu magoado gesto 
Transluz não sei que dor oculta aos olhos; 
— Dor que à face não vem, — medrosa e casta, 
Íntima e funda; — e dos cerrados cílios 
Se uma discreta muda 
Lágrima cai, não murcha a flor do rosto; 
Melancolia tácita e serena, 
Que os ecos não acorda em seus queixumes, 
Respira aquele rosto. A mão lhe estende 
O abatido poeta. Ei-los percorrem 
Com tardo passo os relembrados sítios, 
Ermos depois que a mão da fria morte 
Tantas almas colhera. Desmaiavam, 
Nos serros do poente, 
As rosas do crepúsculo. 
“Quem és? pergunta o vate; o sol que foge 
No teu lânguido olhar um raio deixa; 
— Raio quebrado e frio; — o vento agita 
Tímido e frouxo as tuas longas tranças. 
Conhecem-te estas pedras; das ruínas 
Alma errante pareces condenada 
A contemplar teus insepultos ossos. 
Conhecem-te estas árvores. E eu mesmo 
Sinto não sei que vaga e amortecida 
Lembrança de teu rosto.” 
Desceu de todo a noite, 
Pelo espaço arrastando o manto escuro 
Que a loura Vésper nos seus ombros castos, 
Como um diamante, prende. Longas horas 
Silenciosas correram. No outro dia, 
Quando as vermelhas rosas do oriente 
Ao já próximo sol a estrada ornavam 
Das ruínas saíam lentamente 
Duas pálidas sombras: 
O poeta e a saudade." 
Machado de Assis

A natureza retoma seu espaço - I

A natureza retoma seu espaço - II