sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O Exercício Faz Parte da Natureza Humana

"Ser Feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade"
Carlos Drummond de Andrade



Por Paula Regina Cerdá Soares – Bacharel em Educação (Unicamp/SP). Especialização em Treinamento Esportivo e Personal Training. Atuo na área de treinamento e atividade física há mais de 15 anos, sempre objetivando a melhora da saúde e inteligência corporal de meus alunos. Adoro os esportes e a interação com o meio-ambiente que eles nos proporcionam. Música, línguas e cinema também fazem parte das atividades que me divertem.   


Gostaria de começar minha participação neste blog convidando as leitoras a deixarem de lado seus conceitos e pré-conceitos sobre atividade física e se lançarem em uma nova abordagem sobre o tema. Não falaremos simplesmente sobre os benefícios de sua prática na prevenção de inúmeras doenças, na melhora da autoestima e mobilidade de seus praticantes. Desnecessário, ainda, seria enaltecer a influência direta que as atividades físicas exercem nas suas mais variadas formas sobre temas como “Estética” e “Corpo Ideal”.  

Tenho a firme convicção de que se exercitar faz parte da natureza humana. Desde o útero de nossas mães, já ensaiamos nossos primeiros chutes e reviravoltas! Ao sairmos de lá, iniciamos a complexa e genial orquestração de variados músculos para atenderem nossas mais prementes necessidades - que vão desde o ato de se alimentar até a fazer aquele escândalo quando somos contrariados, esperneando, chorando, batendo o pé firmemente no chão. Passamos nossos primeiros tenros anos tomando consciência de nossos corpos e de tudo que podemos fazer com ele. O mundo ao nosso redor fornece estímulos tão desconhecidos e intrigantes que nossa motivação para correr, pular, agachar, lançar, dançar, lutar e brincar é imensa. Nem nos damos conta de todo o volume, intensidade e esforço empregados em nossas ações! Já um pouco mais crescidos, somos engajados em atividades físicas estruturadas, enquadradas dentro de regras e formatos pré-definidos. Aprendemos os movimentos básicos de alguns esportes, danças e diversas brincadeiras universais, como o “pega-pega” e o “esconde-esconde”. Às vezes, já nos sentimos capazes para participarmos de competições e iniciarmos um período de especialização motora dentro de alguma atividade esportiva.

 Quando chegamos à vida adulta, “perdemos” a memória de como era divertido e estimulante nos mexermos. Estamos com nossas energias e preocupações voltadas completamente para nosso desenvolvimento profissional ou familiar. Deixamos de lado nosso corpo que agora, aos poucos começa a nos atrapalhar -  aquela calça que não serve mais, a blusa que deixa o braço gordo ou aquela distância enorme entre a vaga do estacionamento e a entrada do shopping. Por que ficou tão difícil usarmos mais do que nossa mente? Tornamo-nos dependentes de máquinas e comodidades, as quais em um primeiro olhar nos trazem mais facilidade e rapidez, mas que, no fundo e guardada a devida proporção, fazem-nos esquecer de como é revigorante e prazeroso usarmos nossos músculos e impor-nos desafios!

Convido as leitoras a voltarem a suas infâncias e juventudes e fazerem um exercício de memória cinestésica, recordando “fisicamente” alguns de seus momentos bem alegres, onde brincavam, corriam ou descobriam sensações novas através de rodopios, cambalhotas, saltos ou travessuras!

É totalmente possível e factível - mesmo em nossa fase adulta - sentirmos alegria na prática de atividades físicas e, assim, desfrutarmos dos mais variados benefícios delas advindos. Sejamos felizes nos movimentado!! 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Perfil da Participante: Michelle Kitze

"Supor é bom - descobrir é melhor"

Mark Twain



Michelle Kitze A.K.A. "GPS". Essa pequena criança foi encontrada caminhando na serra do Japi e depois nunca mais deixou de participar do grupo. Possui um ótimo senso de direção, como atesta o esposo que se recusou a fazer uma caminhada em local que ela já havia feito e tinha as dicas das direções a serem seguidas. Quando houver pessoas sem rumo na trilha, com certeza será nosso ponto de referência. Companhia agradável, alegre e comunicativa (como atesta o sorriso da foto). Bastante desligada do mundo, das redes sociais e - pode acreditar - tem o admirável ponto forte de não ter facebook!

Como/Por que começou a caminhar?
Comecei a caminhada na adolescência, para emagrecer. E acabei descobrindo uma paixão, que não tem fim, A cada caminhada, sinto mais vontade de seguir adiante...

Prefere que tipo de caminhada?
No meio da natureza, para contemplar a mata, rios, cachoeiras, fauna e flora.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
K2, em Joaquim Egídio - SP

Que caminhada pretende fazer?
Caminho de Compostela

Qual equipamento considera indispensável?
O calçado adequado.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Ainda não, pelo menos que eu me recorde...rsrsrs...

Uma lembrança inesquecível?
Terminar o K2 e celebrar essa conquista no bar com os amigos queridos. O fim de tarde estava maravilhoso, o local era incrível e tiramos várias fotos hilárias para registrar o momento.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Nosso Logo

A lua já ía alta. Sentados ao redor de uma mesa de vinho e amizade, procurávamos pelo nome de nosso grupo de caminhada. Inspirados pelo idioma dos índios, que por aqui caminharam desde tempos esquecidos, encontramos nosso BOM CAMINHO: KATU (bom) APE (caminho)...KATUAPE.

Mas o que simbolizaria nosso grupo? Algo que representasse nossos valores fundamentais e nos identificasse com a natureza. O prazer da caminhada, a promoção da saúde e bem estar, a solução de problemas modernos como a falta de foco, o estresse, o excesso de informação. A promoção do turismo, ecologia, e acima de tudo, a amizade.

Testemunha silenciosa na noite em que batizamos nosso grupo, a lua foi novamente nossa inspiração. Os lobos saúdam a lua e decidimos como nosso símbolo o Lobo-Guará! Animal da fauna brasileira, de característica nômade e elegante.

Embora tenha um hábito solitário, ele possui uma relação simbiótica com uma planta denominada Lobeira (ou fruta-de-lobo). É de sua flor que nos inspiramos para as cores de nosso logo.


Ao consumir o fruto da lobeira, o ganho é mútuo. O lobo se livra de doenças, e em retribuição a planta tem suas sementes dispersas no ambiente. Este mesmo ganho mútuo aproxima nosso grupo de caminhada: espalhamos o hábito saudável, e os novos participantes espalham a ideia, e nos conduzem a lugares novos e pessoas novas.

E aí? Gostou de nosso logo? Esperamos seus comentários. Katuape!



sábado, 8 de agosto de 2015

Perfil do Participante: Marius Barna

"O Mundo não é uma pergunta. É a resposta."

J. L. N. Martins



Marius Barna A.K.A. "Gringo", é o representante europeu em nosso grupo. Garantia de conversas sempre agradáveis e assuntos diversificados. Com ampla experiência em caminhadas e integrado ao grupo desde a primeira participação, conquistou a todos mostrando a facilidade de relacionamentos. Tem o espírito da equipe e isso o torna um membro importante nas caminhadas realizadas pelo grupo Katuape

Como/Por que começou a caminhar?
Tenho lembranças antigas, desde infância, relacionadas às caminhadas. Sempre com minha mochila, botas de montanha e indumentária típica. Meu pai gostava de montanhismo e me levava junto nas caminhadas.

Prefere que tipo de caminhada?
Montanha (sem escalada), florestas. Cidades.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Montanhas Tatra e Cárpatos (travessias) e Lourdes (via Pirineus) - Santiago - Muxia/Fisterre - Fátima (1.000 milhas, maio-junho 2015)

Que caminhada pretende fazer?
No Brasil: Serra Fina, Petrópolis-Teresópolis e Roraima. E outras!
América Latina: os lagos chilenos (sul)
EUA: trilhas nos Appalaches
Europa: Pirineus (a grande travessia) e dolomites
Também: os caminhos tradicionais de peregrinação (os espanhóis - os próximos 2 já agendados! - e os franceses)

Qual equipamento considera indispensável?
"BMM": Botas, Meias, Mochila.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Várias vezes: Especialmente, por ter "perdido"o caminho, consultado um mapa errado e confundido o nome das localidades, pessoas, albergues, etc. E, definitivamente: não sou amigo dos GPSs!

Uma lembrança inesquecível?
Sempre a mais recente é a mais forte: Lourdes-Fátima (as histórias ouvidas e as pessoas conhecidas no Caminho!).

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Katuape faz parte do PROJETO VIDA SAUDÁVEL

"A Vitalidade não se revela apenas na capacidade de persistir, mas também na de começar tudo de novo"
Scott Fitzgerald

(Por Claudio Caldeira)

Muitos anos como praticante de Caminhadas serviram para superar vários desafios: o recorde de KM em um mesmo dia, o número de dias consecutivos de caminhada, tentar aumentar a velocidade para reduzir o tempo de chegada ao destino. No entanto, nunca pensei que receberia um convite como este: prazeroso e desafiador ao mesmo tempo! 

Tudo começou ao final de uma Caminhada Filantrópica. Estávamos no restaurante almoçando, quando um casal (Edson Carolino e esposa) perguntou pelo meu nome. Fomos apresentados, e ele mostrou o projeto do qual faz parte. Recebi o convite para integra-lo como responsável por planejar e caminhar com pessoas que são membros desse projeto. Como poderia recusar tal convite? Sou um praticante e apaixonado pelo que faço. O desafio foi lançado, com um público alvo totalmente diferente de todos que até o momento caminharam comigo. 



Todos esses meninos e meninas que fazem parte do PROJETO VIDA SAUDÁVEL são campeões de motivação. Uma turma na terceira idade, ou melhor dizendo da MELHOR IDADE. Tenho agora a recompensadora missão de caminhar com todos eles, e a cada dia motivar muito mais pessoas a praticar esse hábito saudável e prazeroso. Caminhar, observar, compartilhar e criar novos amigos durante essas longas horas apreciando a natureza. O canto dos pássaros, o nascer e o pôr do sol, a lua que acompanha seus passos ou mesmo uma conversa agradável com as pessoas que estão ao seu lado.

O grupo KATUAPE criado com o objetivo de fazer filantropia, iniciou com caminhadas em prol da entidade FIC - Fraternidade Irmã Clara (clique aqui) que tem como missão, abrigar e atender portadores de paralisia cerebral, em qualquer grau, sem discriminação, promovendo a qualidade de vida através da reabilitação, motora e cognitiva e valorização do vínculo familiar.

Agora faremos parte de um projeto muito mais amplo desenvolvido na cidade de Itupeva e coordenado por Rosemary Perlini (Supervisora de Politicas para o Idoso) e por Edson Carolino (Diretor de Politicas para o Idoso). Ambos são responsáveis pelo CCI - Centro de Convivência do Idoso. Nosso objetivo é proporcionar caminhadas programadas nos finais de semana em parques, reservas naturais e estradas vicinais onde poderemos trazer a agradável sensação de liberdade e convívio com a natureza.

Estou certo que vou aprender muito, ao lado de pessoas que possuem a força, coragem e motivação para viver e praticar esporte. Estou estimulado a fazer o melhor para que todos tenham mais alegrias e tragam seus amigos e conto com o apoio do Prof. Leonardo (Leo – na foto ao meu lado), que já faz parte desse grupo e apoia nas atividades físicas. Criaremos uma nova perspectiva para essa prática, procurando sempre aumentar o número de participantes. Interessado? Vamos Caminhar? 

sábado, 9 de maio de 2015

Perfil do Participante: Márcia Cristina Freitas

"O desejo de ir em direção ao outro, de se comunicar com ele, ajudá-lo de forma eficiente, faz nascer em nós uma imensa energia e uma grande alegria, sem nenhuma sensação de cansaço."

Dalai Lama



Márcia Cristina FreitasA.K.A. "Garrafada", é famosa por seu apreço pela medicina tribal (rsrs). Chegou ao grupo elevando os níveis de assiduidade. Não perde uma caminhada, e está sempre disposta e de bom humor. Abraçou rapidamente o espirito democrático e de alto astral: a conversa é agradável, sem radicalismos, mas com personalidade. Márcia mostra compromisso genuino com o grupo e se tornou rapidamente figura de suma importância no Katuape.

Como/Por que começou a caminhar?
Sempre fiz caminhadas sozinha , quando tinha oportunidade de sair da selva de pedras. Não podia ver um trechinho de terra que logo me punha a caminhar, apreciar a natureza , ouvir os sons de pássaros, das arvores ao balançar com o vento  e sentir os aromas do caminho.

Prefere que tipo de caminhada?
Minha preferencia  são por trilhas dentro de mata, onde geralmente você anda, sobe, desce e sempre encontra paisagens belas e inusitadas. Mas também  não descarto caminhadas por estradinhas de terra, de preferencia com algumas subidas básicas

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Por enquanto, foi  a do Bar do Vicentão em Joaquim Egídio (Campinas-São Paulo). Já fiz 3 vezes, mas a primeira foi o teste para aguentar 20KM com muito Sol e Subidas longas.  Achei que não aguentaria a ultima subida, batizada de Mini K2.

Que caminhada pretende fazer?
Pretendo fazer o caminho de Santiago de Compostela e outra que me instiga bastante é a dos 88 templos de Shikoku no Japão

Qual equipamento considera indispensável?
Águaaa !!!! Protetor solar , luvas e boné....

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Hahahahahaha !!!!! No Gomeral , como gosto de abraçar o mundo, tentei também abraçar uma pedra...kkkkk, segurei em uma corda e não apoei o pé onde deveria e joguei o corpo, bati com tudo do outro lado da pedra e voltei, pensei que tivesse quebrado o braço, tudo isso por livre e espontânea falta de habilidade e teimosia.

Uma lembrança inesquecível?
Todas as caminhadas são inesquecíveis e as tenho guardadinhas. Mas a caminhada noturna da lua cheia, a primeira que fiz, foi o inicio de tudo !!!  (principalmente da nova Márcia). No meio do caminho estava andando sozinha e encontrei duas senhoras com dificuldade para tirar foto e ofereci  para ajuda-las,  elas agradeceram imensamente e disseram: “..... foto tirada pela pessoa que se oferece a fazer é duas vezes agradecida..... E se prepare, se o bichinho da caminhada te morder, você vai ficar viciada!!!" Dito e feito!!!

terça-feira, 5 de maio de 2015

Ruínas

"Há duas espécies de ruínas: uma é o trabalho do tempo, outra o dos homens. "
François Chateubriand


Coletânea de fotos de ruínas e locais abandonados, testemunhos da força do tempo. Assim como as pessoas, também as coisas caminham para seus destinos.

Grupo Katuape - próx. ao Rio Jundiaí
"Se é sempre Outono o rir das Primaveras, 
Castelos, um a um, deixa-os cair... 
Que a vida é um constante derruir 
De palácios do Reino das Quimeras! 

E deixa sobre as ruínas crescer heras, 
Deixa-as beijar as pedras e florir! 
Que a vida é um contínuo destruir 
De palácios do Reino das Quimeras! 

Deixa tombar meus rútilos castelos! 
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los 
Mais alto do que as águias pelo ar! 

Sonhos que tombam! Derrocada louca! 
São como os beijos duma linda boca! 
Sonhos!... Deixa-os tombar... Deixa-os tombar. "
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade" 

Construção em adobe, trilha do fantasma

Mais uma da trilha do fantasma
" Cobrem plantas sem flor crestados muros; 
Range a porta anciã; o chão de pedra 
Gemer parece aos pés do inquieto vate. 
Ruína é tudo: a casa, a escada, o horto, 
Sítios caros da infância. 
Austera moça 
Junto ao velho portão o vate aguarda; 
      Pendem-lhe as tranças soltas 
     Por sobre as roxas vestes. 
Risos não tem, e em seu magoado gesto 
Transluz não sei que dor oculta aos olhos; 
— Dor que à face não vem, — medrosa e casta, 
Íntima e funda; — e dos cerrados cílios 
Se uma discreta muda 
Lágrima cai, não murcha a flor do rosto; 
Melancolia tácita e serena, 
Que os ecos não acorda em seus queixumes, 
Respira aquele rosto. A mão lhe estende 
O abatido poeta. Ei-los percorrem 
Com tardo passo os relembrados sítios, 
Ermos depois que a mão da fria morte 
Tantas almas colhera. Desmaiavam, 
Nos serros do poente, 
As rosas do crepúsculo. 
“Quem és? pergunta o vate; o sol que foge 
No teu lânguido olhar um raio deixa; 
— Raio quebrado e frio; — o vento agita 
Tímido e frouxo as tuas longas tranças. 
Conhecem-te estas pedras; das ruínas 
Alma errante pareces condenada 
A contemplar teus insepultos ossos. 
Conhecem-te estas árvores. E eu mesmo 
Sinto não sei que vaga e amortecida 
Lembrança de teu rosto.” 
Desceu de todo a noite, 
Pelo espaço arrastando o manto escuro 
Que a loura Vésper nos seus ombros castos, 
Como um diamante, prende. Longas horas 
Silenciosas correram. No outro dia, 
Quando as vermelhas rosas do oriente 
Ao já próximo sol a estrada ornavam 
Das ruínas saíam lentamente 
Duas pálidas sombras: 
O poeta e a saudade." 
Machado de Assis

A natureza retoma seu espaço - I

A natureza retoma seu espaço - II



sábado, 2 de maio de 2015

21 de Março - Caminhada Filantrópica

"Um homem bom não necessita de monumentos: os seus atos permanecem como o seu santuário." 
Texto Judaico

Aos amigos do blog, nossas desculpas. Por vezes, a rotina não deixa que façamos os relatos de nossas experiências de caminhada no devido tempo. O Grupo Katuape continua em suas andanças, "sozinho" ou reunido a outros grupos. Se você tem interesse em caminhar conosco, escreva nos comentários do blog, que entraremos em contato.

Algumas atividades, no entanto, não podem passar sem registro. Em 21/03/2015, novamente foram reunidas cerca de uma centena de pessoas, e partimos orgulhosos com outros grupos para fazer parte de mais uma caminhada filantrópica - reunindo doações para a FIC - Fraternidade Irmã Clara - www.ficfeliz.org.br .



A caminhada é uma atividade democrática. Peregrinos novatos e experientes se espalharam pelos 17kms de percurso, iniciando e finalizando junto ao restaurante Parada do Quilombo, que reuniu o grupo para um almoço animado.

Caminhar é uma atividade longe de ser solitária. Pode-se, claro, observar o entorno e ouvir apenas seus passos, isolado em seu mundo interior. Mas há alternativas: nos momentos em que os participantes emparelham, dependendo do ritmo, e a conversa flui naturalmente. O assunto é leve, passa pelas experiências de cada um, troca de dicas, algumas informações pessoais. 


O clima dessa caminhada foi ameno, e por consequência mais reflexivo. Teve trechos pequenos de garoa, que nem sempre valiam o trabalho de vestir a capa de chuva. Emoldurado pela bela estrada de terra -  com suas árvores, paisagens e esparsas habitações e ruínas - o grupo seguiu no habitual clima de amizade e companheirismo. 


Quando se pára ao fazer uma foto, ou amarrar o calçado, a paisagem humana muda ao redor. Pessoas que caminhavam com você seguiram em frente, para novos encontros. E o caminho, generoso, nos traz novos contatos e novas histórias. Mas não há despedidas! Numa outra curva da estrada, uma pedra ou uma árvore convidam ao descanso, e represam os participantes, que reencontram os amigos das conversas de há pouco.

Para o resultado desse dia, cultivando saúde e bons pensamentos em meio a natureza, cada um pode fazer sua própria "contabilidade". Além desse resultado pessoal, há o coletivo - e devemos comemorá-lo! A foto abaixo, com as doações reunidas, mostra a força da generosidade. 

Parabéns aos organizadores e participantes!




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Perfil do Participante: Tomoko Yoshimura

"Um ser humano só cumpre o seu dever quando tenta aperfeiçoar os dotes que a natureza lhe deu"

Herman Hesse



Tomoko Yoshimura , A.K.A. "Tomilho", porque é assim que o corretor ortográfico acha que é seu nome. Corajosa nos caminhos, não se abate com sol ou muitos kms, mantendo seu contagiante bom humor. Tomoko é também uma fotógrafa curiosa e inspirada. Ama a natureza e é franca e disponível. Você não precisa de mais de cinco minutos para se sentir à vontade em sua companhia.

Como/Por que começou a caminhar?
Já caminhava em viagens, mas aqui em São Paulo sair somente para isso ainda não tinha feito. Um dia uma amiga me convidou para uma caminhada na Serra do Mar e lá fui. Foi incrível !Caminhar ao ar livre no meio da natureza, árvores, flores, águas, pessoas, animais. Foi um desafio... cansei, sofri, achei que não ia conseguir, mas fui firme e no dia seguinte estava ótima com a energia renovada e feliz.

Prefere que tipo de caminhada?
No meio da natureza com árvores, flores, pássaros, água, estrada de terra. Adoro trilhas no meio do mato, com sol ou com chuva.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Subir o Monte Fuji. O topo do monte parecia tão perto, mas era tão longe. Levei a noite toda subindo, subindo para ver o nascer do sol. Lindo !!!

Que caminhada pretende fazer?
Trilha Inca e Monte Roraima.

Qual equipamento considera indispensável?
Paz interior. Curtir o momento junto das pessoas, da natureza e dos seres que habitam a mata.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Mico, mico não. Mas, precisamos sempre estar atentas quando entramos na cachoeira de biquíni sem camiseta. Água de cachoeira tem muita força e pode fazer modelitos estranhos.

Uma lembrança inesquecível?
Estou pensando ...
Como não veio nenhuma lembrança específica e sim várias, todas são especiais, até uma caminhada de curta distancia no Templo Zulai vendo os Budas.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Joaquim Egidio – Rio Jaguari

"Todo mundo chama de violento a um rio turbulento, mas ninguém se lembra de chamar de violentas as margens que o aprisionam"
Bertold Brecht

No dia 01/02, enfrentamos desafiadores 20kms, com muitas subidas, margeando o Rio Jaguari em Pedreira, próximo a Joaquim Egídio (Campinas-SP).

A estrada de terra não foi dificuldade para nossos intrépidos motoristas. Paramos os carros no bar do Vicentão, lugar tradicional para inícios de trilha, onde fomos recebidos cedo com café. Mochilas nas costas – aí fomos nós - com dois estreantes no grupo.

Os estreantes Armando e Núbia enfrentando o sol
 O dia estava quente, e saímos atrasados. O sol seria nosso companheiro na maior parte do percurso. Belas paisagens ficaram iluminadas, com raros períodos de descanso em "túneis" de bambu. Ao passar nesses trechos, pudemos ouvir o rangido dos bambus balançando ao vento. Esses sons curiosos eram acompanhados pelo frescor da brisa. Um ar condicionado natural.

Foto: Maria Jesus
Um dos atrativos mais interessantes deste caminho é a passagem pela Hidrelétrica Jaguari. A CPFL opera este belo lugar hoje, que já foi propriedade particular. Há discussões para torná-la patrimônio histórico.
Da esquerda para Direita: Tomoko, Pandora, Cláudio, Márcia, Fabio, Cesar - Foto: Maria Jesus

Água sendo devolvida ao rio
Uma estratégica parada para comer algumas goiabas. Demos sorte! Além de contarmos com o Claudio, voluntário na colheita, elas estavam no ponto, e a maioria sem "surpresas" dentro. Dizem que pior do que encontrar um bicho na goiaba, é encontrar apenas meio bicho. 

A subida é íngreme, margeada pelas casas utilizadas por antigos funcionários. Refletimos sobre a falta de visão do brasileiro sobre a importância de manter locais como esses - que já viram dias melhores. 

Ao completar a primeira subida, um espetáculo de paisagem.
Seguimos adiante, com a promessa de nos refrescarmos numa curva do rio em que se forma uma piscina natural. Ao chegar lá, encontramos um acúmulo de carros. O dia quente havia atraído muita gente da região, em busca de alívio nas águas limpas. Acabamos não desfrutando do rio. Infelizmente, fomos expulsos pelo som alto, e havia muito lixo sendo deixado ali na estrada, uma triste demonstração de falta de educação.

Sem nos deixar abater, enfrentamos a ultima e mais importante subida do percurso. Esta foi desafiadora! Nestes momentos, o grupo mostra diferentes ritmos, as pessoas se espalham pela estrada, e acabamos sozinhos com nossos pensamentos.

A chegada teve cerveja e coxinha - comida estritamente indicada para o fim das trilhas -  na concepção de nossos nutricionistas especializados! Fomos bem recebidos no Armazém Rural.

Mais importante que o cardápio: teve gente de bem com a vida, rindo, se divertindo e celebrando a amizade! Até o retorno!


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Perfil da Participante: Célia Maria Lopes da Silva

"Caminhando só ou acompanhada, mas sempre pra frente!"



Célia Maria Lopes da Silva , A.K.A. "Ligeirinha", porque nunca anda atrás do grupo. Sempre está à frente com seus passos firmes e sua inseparável sombrinha para proteger do sol. Fica sempre com atenção nos seus amigos que os acompanham em todas as caminhadas (Brenda, Raio e a novata Elisa). Com seu fone de ouvido conectado a uma rádio da região e ouvindo música não presta muita atenção nas brincadeiras e piadinhas do grupo, mas é sempre atenta nos animais. Quando resolvem dar uma fugida, logo vem a ordem de comando para retornarem junto dela. No final da caminhada está sempre com o grupo para finalizar com nossa merecida cerveja gelada.

Como/Por que começou a caminhar?
Sempre caminhei,  acho até que não engatinhei, queimei esta etapa, fui direto para duas patas.

Prefere que tipo de caminhada?
Ao ar livre e acompanhada de cachorros, em ritmo acelerado, caminhar devagar somente em Shopping. Odeio...

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Trilha da Taturana na Serra do Japi, por várias vezes subimos até as antenas e evitava seguir em frente pois o inicio da trilha é meio fechada, mas depois ela abre e o percurso vale muito a pena, acho uma das mais bonitas.

Que caminhada pretende fazer?
Qualquer uma que não tenha muitas residencias e carros por perto.

Qual equipamento considera indispensável?
Guarda Sol.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Mico não, mas uma preocupação danada, quando o Raio e a Brenda correram para cima de um ouriço na trilha dos Foga próximo a algumas videiras.

Uma lembrança inesquecível?
O começo das minhas caminhadas foi ao lado do “Amigo”, o pai do Raio, ele viveu ao meu lado até os 19 anos de idade e gostava muito de caminhar, especialmente “dar uns perdidos por ai”. Mesmo no finalzinho, saia com ele de casa fraquinho para dar suas caminhadas fisiológicas, ninguém melhor do que ele para eternizar a frase “O cachorro é o melhor AMIGO do homem”.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Mais uma Caminhada Filantrópica

O bem-estar na vida obtém-se com o aperfeiçoamento da convivência entre os homens. 
(texto judaico)


*as fotos foram "roubartilhadas" dos participantes. Se identificar uma sua, por favor avise!

Quem queria que o dia acabasse?

Organizado pela Ultreya, em parceria com o grupo Katuape (nós que fazemos este blog) e presença de vários outros, reunindo uma centena de trilheiras e trilheiros de diferentes cidades, em caminhada no entorno da bela região do Armazém do Limoeiro, já conhecido da turma do blog. E o melhor, reunindo doações para a FIC - Fraternidade Irmã Clara  - clique e participe!.

A aventura começou cedo para quem veio de ônibus. A chuva do dia anterior deixou o caminho com alguma lama, o que forçou o grupo a iniciar a caminhada precocemente. Nada que afetasse o humor dos participantes, que foram recebido com café da manhã especial.

Foto Ultreya
Após o alinhamento para fotos, a trilha começou ao lado da igreja - onde a missa é celebrada todo domingo. A fazenda toda inspira respeito às tradições, e iniciamos nossa trilha respeitando uma delas - tocando o sino ao passar entre as casas. 

O(a) autor(a) desta linda foto?
Seguimos por um caminho com linda paisagem de pedras. Os fotógrafos se esbaldaram. As pedras faziam desenhos divertidos, aguçando a imaginação. Dependendo do olhar, aparecia um canhão, um tubarão, um golfinho pulando, um grande bumbum!


O céu deslumbrante se abria a cada curva da paisagem. As nuvens apareceram mais tarde, mas eram nossas cúmplices, oferecendo sombra em retas desabrigadas. A brisa garantia uma temperatura agradável, e a natureza nos recebeu como filhos queridos.

Retomamos a estrada e percorremos o entorno de várias fazendas e lindas vistas. O grupo seguiu animado, sempre com um clima ótimo. É impressionante como as caminhadas reúnem energia, pessoas de bem com a vida, histórias pra contar. Encontram lugar vários personagens - democraticamente. A trilheira de riso alto, as amigas que se reencontram, o esportista de fim de semana, o superador de limites pessoais, o fotógrafo amador... até quem curte um momento de solidão, colocando sua vida interna em ordem a cada pisada no chão.

Após 18kms, retornamos ao limoeiro, e o restaurante nos aguardava, com a comida de fazenda em cima do fogão de lenha.

Crédito?? Por favor, se apresente!
Após o almoço, o Armazém do limoeiro nos acolheu com moda de viola, versos em homenagem ao grupo, comemoração de aniversários e comes e bebes. E apesar do esforço grande das sombras das árvores e da brisa em segurar os ponteiros, o relógio resolveu passar rápido!

Na hora de voltar, foi nossa companhia o sono da caminhada e a sensação boa de termos estado mergulhados num caldo de nostalgia, natureza e amizade. Parabéns a todos os participantes!