sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Perfil do Participante: Wagner Marrane

“Mude suas opiniões, mantenha seus princípios. Troque suas folhas, mantenha suas raízes”
Victor Hugo
 

Wagner Marrane – A.K.A. "Pula-Pirata" (ou Pepê), apareceu recrutado por Claudio Caldeira, quando participaram juntos de uma caminhada com outro grupo. Wagner é parte da alma do grupo, e com ela se conecta: “...quando caminho com esse grupo, sinto que minhas tristeza e desafios se tornam mais leves a medida que cada Km fica mais pesado, aprendo sobre minhas limitações, aprendo sobre natureza e aprendo sobre amizade. A cada passo uma risada, um conselho, um desafio, uma estilingada e uma bobagem, assim se faz esse momento.” Prometeu transmitir a “loucura” da caminhada a seu filho, reforçando sua ligação com a natureza.

Como/Por que começou a caminhar?
Criado numa família tradicional, cujo pilares são indestrutíveis, vi meu primeiro pilar desmoronar, meu casamento teve um fim, algumas coisas perderam o sentido, a vida estava sem gosto e sem cor, porém como sempre um Marrane não se ajoelha aos desafios, ele vai a luta... e encontrei no parque da Neblina uma ligação com algo superior que me fez entender que caminhar será sempre o ato de ir a frente, vencer os desafios, entender os limites e respeitas as pessoas. E faço hj da caminhada meu momento de reflexão e encontro com Deus.

Prefere que tipo de caminhada?
Não há um preferencia, caminho em qualquer lugar e em qualquer época do ano, mas caminhar na natureza e respirar o perfume da flores acompanhado de bons amigos significa que sempre vou rir muito.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Existe um caminho que classifico como DARK WAY, vulgo Limoeiro, ainda não o venci como gostaria então este desafio ainda esta pra ser vencido

Que caminhada pretende fazer?
Meu maior objetivo neste momento é o Caminho de Santiago e na sequência o Caminho de São Francisco

Qual equipamento considera indispensável?
Apesar da simplicidade, para caminhar em longas distancia e em terrenos diversos deveríamos ter uma mochila cargueira, camelbak para armazenamento de água (sugestão de 2 a 3 litros), walking stick, botas e vestimentos apropriados, pois dependendo do local a troca de temperatura pode acontecer drasticamente no decorrer do dia. Ah! e não pode faltar o bom humor.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Geralmente eu não me lembro, deixo essa para as lembranças dos meus amigos.

Uma lembrança inesquecível?
Efetuei a travessia Agulhas Negras até Visconde Mauá e ao final socorri uma peregrina que sobre escoriações devido a um tombo, enquanto socorria ela me contou sobre “Os anjos do caminho de Santiago” e me classificou como sendo um deles naquele momento.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Primeira Caminhada

"A gente não faz amigos, reconhece-os"
Vinícius de Moraes

*Por Geraldo de Moura

O meu batismo na minha primeira caminhada,e entrada no grupo foi através de meu amigo Weliton (vulgo Índio do Estilingue) seria um percurso de 30 KM e como eu estava bem preparado fisicamente aceitei na boa.




Na manha seguinte quando ele passou em casa para me chamar, me deparei com uma espécie de general do exercito americano, com roupas camufladas, botas, mochila, faca, enfim tudo que você possa imaginar em termos de equipamento para trilha e sobrevivência. Fiquei um pouco constrangido ao olhar para o meu amigo e pensei comigo “este cara é louco”.

Bem lá vou eu junto com ele, todo equipado tênis de molas, camisa regata e boné na cabeça a diferença é que eu não estava indo para a academia e sim para trilha de Itupeva. Meus primeiros 8 Km foram tranquilos com a natureza exuberante, arvores, pássaros, muito verde e energia, muita paz interior.



A partir dos 10 km percebi que havia algo de errado, o trajeto de estrada de chão com muitas pedras soltas faziam meus pés virarem, percebi que meu calcanhar estava sendo lixado por minhas meias o que gerou inúmeras bolhas com sangue pisado e ferimentos. Ao final do trecho de ida, já sobre um sol escaldante percebi que eu estava na roça, e que tinha mais 15 km pela frente.

Iniciamos o trecho de volta num ritmo acelerado, pois o Índio do Estilingue não demonstrava qualquer sinal de cansaço, e eu começando a sentir minha virilha, axilas e outras coisinhas mais ardendo de assado. A dor era tanta que travei os dentes e evitava até conversar e pensava somente em chegar ao final desta etapa de superação onde já começava a puxar a perna e não podia desistir. É impressionante como sua mente viaja durante o percurso, em vários momentos parecia que eu não estava ali e sim somente o meu corpo.

Meus pensamentos se voltavam em várias épocas de minha vida, encontros com pessoas queridas e vários segredos que nem mesmo eu sou capaz de entender. Ao mesmo tempo que você viaja parece que você é estimulado e quando percebi já estava no fim do trajeto chegando em minha casa.


Ao chegar, minha esposa se encarregou de prestar os primeiros socorros onde acabei com as pomadas de assaduras de minhas netas. Esta foi a minha primeira experiência,onde hoje tenho muito prazer em caminhar com meu grupo e fazer novos amigos a cada encontro.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Perfil do Participante: Geraldo Antonio de Moura

" A vida é como andar de bicicleta. Para manter o equilíbrio é preciso se manter em movimento."
Einstein

*Geraldo, em primeiro plano, apreciando a paisagem

Geraldo Antônio de Moura, A.K.A - "Tartaruga Ninja", é o de passada mais firme. Virou mito, ao acabar com o estoque de hipoglós do pequeno principado de Vinhedo-SP, após sua primeira caminhada. Geraldo vence subidas como se elas o tivessem ofendido. Você se distrai com alguma conversa, e ele está lá na frente, com a mochila verde que forjou seu apelido. Companheiro de conversa leve, participa do grupo ditando o ritmo, sem reclamar do cansaço. Alterna períodos de grande atividade, e outros em que fica um tanto distante.

Como/Por que começou a caminhar?
A caminhada sempre fez parte da minha vida,desde minha infância no ir para a escola, correndo atrás de pipas, nas vendas de produtos na feira livre, no caminhar atrás de oportunidades de emprego, e também andei muito nos famosos bailes dos bairros próximos de onde morava, enfim como todo garoto da periferia persegue seus sonhos.

Prefere que tipo de caminhada?
Prefiro aquelas caminhadas onde tenho contato total com a natureza, de preferencia trilhas em matas, beira-mar e montanhas.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Com certeza, a Parada do Quilombo, meu recorde até agora - 42Km.

Que caminhada pretende fazer?
Quem sabe um dia Santiago de Compostela.

Qual equipamento considera indispensável?
Botas, com certeza.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Meu batismo foi a trilha de Itupeva trecho de 26KM, com muitas bolhas e assaduras. Eu estava totalmente despreparado, sem os equipamentos necessários, acabei com todas as pomadas de assaduras das minhas netas.

Uma lembrança inesquecível?
Pôr-do-sol voltando da Parada do Quilombo,Vista do Morro do Urubu(Trilha do Boneti) - Ubatuba-SP.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Joaquim Egídio - K2, Mini-k2, K...ramba...

Quanto maior for o obstáculo, maior será a glória de tê-lo superado.
Jean Moliére

*Tivemos que "estimar" nossa rota, pois as baterias de GPSs e Celulares acabaram

K2, Mini-k2, K...ramba...(ou outra palavra parecida, que não citaremos para manter este ambiente familiar). Baseado no trabalho de mapeamento de trilhas de um biker, rumamos cedo para Joaquim Egídio, distrito de Campinas com paisagem agradável, gastronomia destacada, e ponto de encontro de esportes de natureza.

Nossa previsão inicial era percorrer 32km, com muita subida - trilha pesada. Munidos de água e comida extra, fomos em quatro corajosos, acompanhados da mascote Pandora. Para evitar o sol, acordamos bem cedo. A manhã ainda estava fria e escura, quando nos pusemos em marcha, perto das 05:00h.


*Nossos aventureiros, à luz do amanhecer. Esq para dir: Wagner, Claudio, Weliton. Pandora ao fundo.

Os bikers haviam nos colocado medo do trecho conhecido como k2 - subida forte. No entanto, uma vantagem de nossa modalidade é que carregamos apenas o próprio peso (e a mochila).Vencemos o morro sem dificuldades, e já estávamos tirando o sarro dos ciclistas.

 *Belas paisagens pelo caminho
 *Busca de vida alienígena?

A "aula" de humildade não tardaria.  Mal-assistidos por um mapa com poucas referências, erramos o caminho em uma bifurcação, e fizemos o belo "braço" direito que pode ser visto no mapa acima. O resultado? Um acréscimo de pouco mais de 13kms à uma trilha que já seria pesada.

 *Os bravos peregrinos, antes de saberem que estavam perdidos...
*Claudio e Pandora.

Acabou? Nãããooo.... Após descobrirmos o erro, continuamos de bom humor, recarregados de água por uma alma caridosa pelo caminho, contávamos a trilha para mais de 40kms. Seria possível chegar? Claudio comentou: "essa vai quebrar todo mundo".


*O passo foi firme.. .até onde conseguimos.

Sem muita confiança no mapa, nossa meta era que algum "sobrevivente" chegasse ao carro, e viesse em nosso resgate. Lá pelo km 36, a primeira a "quebrar" foi nossa companheira canina. Numa das pausas, ela decidiu dar uma deitada. Cláudio preferiu ficar com ela. Aproveitando o ensejo, Wagner também decidiu aguardar.

Seguiram Weliton e Fabio rumo ao carro. A cada transeunte para quem perguntávamos a distância, íamos nos dando conta da gravidade da situação. Pelo Google Earth, a trilha original não tinha apenas 32kms! E com o acréscimo gerado pelo "desvio", iríamos a desafiadores 49 kms (estimado).

Do 36 ao 43, Fabio acompanhou o ritmo, batendo seu recorde pessoal. Daí em diante, restou Weliton, que para esnobar o grupo (e gerar comentários em ciclistas) passou a trotar para chegar mais rápido ao carro, por mais 3kms. A aventura terminou com a ajuda de uma carona, que nos levou mais rapidamente ao ponto de partida. 

*O fôlego de Weliton, mais do que a mira, foi fundamental desta vez

Resgatamos os amigos, e voltamos para casa, fazendo os devidos "elogios" aos percalços que tornaram nosso dia inesquecível. "Uma trilha que ensinou muito!", como Wagner bem anotou. Prometemos reavaliá-la e vencê-la em outra oportunidade.

domingo, 26 de outubro de 2014

Perfil do Participante: Cláudio Caldeira

" Reparta o seu conhecimento. É uma forma de alcançar a imortalidade"
Dalai Lama



Cláudio Caldeira - A.K.A "Shrek", é possivelmente o trilheiro mais experiente do grupo. Caminha diariamente, o que confere fôlego extra em suas caminhadas. Quando fica para trás por algum motivo, liga um misterioso sistema de rodinhas propulsoras (patenteado) nas botas e logo nos alcança. Recrutador e mapeador de trilhas oficiais, tem essa capacidade de reunir diferentes grupos, e fazer todo mundo se sentir à vontade. Muito cuidado quando ele te chamar para uma trilha de 30kms com a frase: "essa é fácil para você, essa é leve".

Como/Por que começou a caminhar?
Sempre pratiquei algum tipo de esporte e foi sendo alterado conforme a necessidade. Futebol parei após 2 cirurgias de joelho, corrida  de media distancia parei após ruptura fibular no pé direito. Optei pela caminhada porque havia o contato com a natureza e poderia variar os locais e tipos da mesma. Por um longo período pratiquei sozinho e depois conheci outros praticantes e acabei aceitando o convite para algumas caminhadas em grupo. Percebi que alem do contato com a natureza a pratica em grupo traz o relacionamento pessoal e fazemos ótimos amigos nessas jornadas. Hoje sou um incentivar dessa pratica e principalmente em grupo. Depois que você começa, dificilmente via parar.

Prefere que tipo de caminhada?
Gosto de caminhadas longas e com um grau de dificuldade media/difícil. As preferidas são em locais onde temos natureza e trilhas longe das cidades.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
A caminhada mais difícil foi fazer a Peregrinação no Caminho de São Francisco de Assis (340KM) em 16 dias em plenas montanhas na região da Umbria, Lazio e Toscana na Itália. Essa também foi desafiadora porque conviver com um grupo de 12 pessoas durante 20 dias (4 de translado) e somente conhece-los em um almoço de apresentação sem saber hábitos, manias  de cada individuo e ao termino todos dizerem, foi um sucesso e já estamos com saudades.

Que caminhada pretende fazer?
Tenho varias caminhadas programadas, mas o tempo que elas exigem deixam cada uma na lista de prioridade a cada ano. A próxima da lista esta pronta e com data marcada, será a Peregrinação no Caminho de Santiago de Compostela em MAIO/2015.

Qual equipamento considera indispensável?
Alguns equipamentos básicos necessários e indispensáveis para qualquer praticante são as botas/tênis apropriado, meias apropriadas, Mochila adequada com camelbak, walking sticks (deve aprender a utilizar corretamente) serão facilitadores. Porem o mais importante de todos e a disposição para essa pratica, porque exige levantar muito cedo, caminhar longas horas e ter bom humor.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Fui ajudar a socorrer uma pessoa durante subida muito acentuada e estávamos com cordas para auxiliar. Quando deparei com uma senhora, um enorme bumbum e travada no meio da trilha. A única coisa que restava era colocar as duas mãos e empurrar firme para cima. Ela não esperava essa ação e ficou constrangida, porem depois entendeu que era o único local que poderia ter apoio para ajuda-la.

Uma lembrança inesquecível?
Tenho várias inesquecível, porem a marcante foi durante a peregrinação no Caminho de São Francisco de Assis. Em um dia de muita chuva, resolvemos parar em um Santuário de freiras e fomos recebidos de braços abertos, nos apresentaram o local e nos serviram uma bebida produzida por eles, retirada de uma arvore nativa com sabor leve e não tem como comparar com nada que já tomei. Após a chuva acalmar arrumamos as tralhas e saímos. Foram até o portão e despediu de cada um dos peregrinos e entoaram um canto de boa viagem que emocionou todo o grupo, inclusive os que estavam naquele local não como peregrinos, mas apenas praticante de caminhadas.


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Quando você começa?

Nada é tão fatigante como a indecisão e nada é tão fútil
Bertrand Russel

Se você está seguindo este blog e acompanhando a comunicação de eventos, nós esperamos que você esteja se enchendo de vontade de experimentar uma caminhada longa. Por que ainda não nos contatou? Talvez você esteja esperando o momento certo de “pular” no barco, e esteja inseguro(a) quanto a estar pronto(a).

 *Geraldo, Weliton e Fabio

Caminhamos quase todos os finais de semana, aproveitando as estradas da região de Vinhedo, as vezes não o grupo todo, e muitas vezes sem tanta certeza do percurso. Nessas ocasiões, nem sempre convidaremos todos os nossos contatos. Temos a necessária preocupação ao convidar todos para um passeio. Se teremos gente nova, o percurso precisa ser escolhido de modo a não ser muito longo, nem desconhecido. De preferência, deve ser possível um resgate de carro. Ao longo dos dias, estaremos postando aqui as experiências de nossos participantes, mesmo que esporádicos.

*As vezes, passamos por plantações, na esperança de encontrar uma passagem, mas as vezes é preciso retornar pelo caminho já percorrido.

A simples aproximação de uma pessoa ao grupo de caminhada não é certeza de que ela passará a nos acompanhar. Muitas são as razões do alarme falso: há uma distância entre a intenção de trilhar belas paisagens e curtir boa conversa, e a ação de acordar cedo e enfrentar os elementos e as próprias limitações físicas. A preguiça é aquele pecado que não nos manda pro inferno, mas tem que vir nos buscar.

*Geraldo, Weliton e Fabio, ao final de uma trilha. Um misto de cansaço, paz e conexão com a natureza.

Pronto para sair do sofá? Entre em contato (fmichelete@gmail.com), manifestando seu interesse, que convidamos você para a próxima trilha.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Perfil do Participante: Osmir Fernandes da Costa

" A caminhada reconstrói tudo"


*Da Esquerda para a direita, Raio, Célia, Osmir, Brenda

Osmir Fernandes da Costa - A.K.A – “Karateca da trilha”,  diz que é um covarde assumido: somente caminha acompanhado dos fiéis cachorros Brenda e Raio após ouvir a opinião final da esposa Celia. Faça chuva ou faça sol, sempre descobrindo novos percursos. Osmir é um grande “mapeador” de trilhas, e tem o passo firme, pelo hábito e constância na prática. Acredita no poder da caminhada: “Uma coisa persiste em todas, posso brigar com a Célia na noite anterior, a caminhada reconstrói tudo, voltamos para casa melhor após cada caminhada.”

Como/Por que começou a caminhar?
Sempre gostei de caminhar, quando morava no ABC caminhava do centro de SBC ao Riacho Grande, ou até Diadema, só para tomar uma cerveja gelada em um bar desconhecido.
Mudei-me para Itupeva e fui morar em um condominio e passei a arrastar os filhos e o cachorro "Amigo" para caminhadas, ou filhos afinaram, o cachorro persistia.
Quando mudei-me ao centro de Itupeva a caminhada passou a ser mais desafiadora, pois se fazia necessário descobrir trilhas/percursos.
Iniciamos pelo Quilombo e São Venâncio, mapeamos todas de Itupeva, durante as caminhadas fomos conhecendo ciclistas e muitos comentavam, vocês precisam conhecer o limoeiro, assim o fizemos e depois vieram outras Japi, Fim do Mundo e logo virão outras.

Prefere que tipo de caminhada?
Longe de carros e casas, ainda acho que o maior risco da caminhada é o transito de veiculo, embora pequeno o motorista pensa a mesma coisa que a gente " aqui não passa ninguem".

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
A Proxima, mas gostei muito de algumas, a primeira vez que fiz o percurso do Limoeiro, não o conhecia completo fui na cara e coragem, sol forte, a Brenda cansou foram 7 horas, a subida as antenas da Serra do Japi e a Descida da Trilha da Taturana até a Fazenda Cachoeira, cada uma, uma nova descoberta.

Que caminhada pretende fazer?
Não defini ainda, mas gostaria de fazer uma no Rio Grande do Sul, ou na Chapada dos Veadeiros, mas somente vou de puder levar o Raio a Brenda e se a Célia aprovar.

Qual equipamento considera indispensável?
Celular para Fotografar, frutas e água.

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Engraçada não, mas muitas alegres e intensas.

Uma lembrança inesquecível?
Inúmeras, mas contarei um causo de cada vez. 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Regras não Ditas

"Não há normas. Todos os homens são excepção a uma regra que não existe"

Fernando Pessoa


Todo o grupo tem regras, mesmo que não estejam escritas. Quando se entra num elevador, as pessoas não se encaram, virando preferivelmente para a porta sem que haja orientação para tal. Nosso grupo também tem suas regras, algumas óbvias, outras divertidas. 

* A trilha é mais agradável no início da manhã

As óbvias são fáceis de confessar. Todos temos que chegar no horário. Se atrasamos o grupo, caminha-se com o sol mais forte. É uma regra que não precisa ser dita. Da mesma forma, o convidado de primeira viagem não ficará desassistido - pois pode precisar de ajuda - e o grupo tende a seguir seu passo. 

* Nosso grupo em pausa contemplativa

Quando se enxerga alguém usando equipamento de forma errada, segue uma orientação descompromissada. Quando uma discussão fica mais divergente, aperta-se o passo, e a paisagem muda, assim como o peso das certezas, que arrefecem. Nosso esforço é em empurrar o caminho para trás dos pés, não em estar sempre certo.

Caminhando com leveza, nos divertimos a pensar crueldades. Quantos pontos se ganha por indicar um novo participante no grupo? A regra não está escrita, mas é clara - 5 pontos! E se o novato é premiado com bolhas e assaduras? 10 pontos! Desistiu no meio do caminho e teve que ser resgatado de carro? 20 pontos! Desistiu chorando? 30 pontos! Veterano desistente? Reincidente? A lista segue... Felizmente, a contabilidade não é nosso forte...

* A paisagem após uma curva

Enquanto conversamos, o caminho fica para trás, e novas paisagens desfilam à nossa frente. O papo furado é outro prêmio de quem pratica caminhada.

E aí, quer contribuir com uns pontinhos? Conheço um lugar bem pertinho!



terça-feira, 21 de outubro de 2014

Perfil do Participante: Weliton da Silva

"Along the way, take time to smell the flowers"



Weliton da Silva - A.K.A. “Índio do Estilingue”, "O último dos Botocudos", é um dos trilheiros de mais fôlego no grupo, provavelmente devido a uma vida de treinamento físico militar. Welinton é fonte segura de métodos de sobrevivência, e para nós uma fonte de segurança, tanto pela qualidade no mapeamento de trilhas, quanto pela pontaria ao espantar os ataques caninos! Tem sempre as ferramentas certas no momento certo!
  
Como/Por que começou a caminhar?
Desde que aprendi a andar, éramos muito pobres e morávamos em uma pequena vila no interior de Minas Gerais (perto da Bahia) e o único meio de transporte era o SP2 (a pé) – a pé para escola, jogar bola, caçar etc...  Hoje caminho porque não posso parar e se parar  morrerei – a caminhada mantém o corpo físico e espiritual em harmonia. 

Prefere que tipo de caminhada?
Prefiro caminhadas de 20 KM a 30 KM e de preferencia em trilhas, montanhas e longe de cidades e de seres humanos quanto mais natureza melhor.

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Subida do Mountain Washington em New Hampshire USA. Eu e um irmão louco subimos a trilha sem nada (água, agasalho , comida etc) e corremos a maior parte da trilha (subida e descida) 1.917 metros

Que caminhada pretende fazer?
Santiago da Compustela (Maio 2014)
Machu Picchu

Qual equipamento considera indispensável?
Bota, walking stick e forca de vontade

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Fiquei perdido e refém do tempo no pico da bandeira debaixo de um nevoeiro terrível.

Uma lembrança inesquecível?
...caminhando com minha esposa no Grand Canyon.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Armazém do Limoeiro - Quarqué caminho sai na venda!

"Acredite que você pode, assim você já está no meio do caminho"
Theodore Roosevelt


*A paisagem com muitas pedras.

A trilha do Armazém do Limoeiro é nossa queridinha. Embora este que vos escreve só tenha participado dela uma vez, o grupo já a revisitou outras duas vezes, sempre com novos convidados.



Saindo do Armazém do Limoeiro (http://www.casadefazenda.com.br/armazem.asp) , em Itú, vários ciclistas e alguns loucos trilheiros estacionam seu carro e fazem um circuito, que tem algumas variações, mas sempre garante ótimas paisagens e um bom nível de dificuldade. Ao chegar de volta ao carro, há ainda a aprazível possibilidade de sentar no armazém para um reabastecimento.

 *Esq. para direita: Claudia, Paulo e Gelson.

*Esq. para direita: Fabio, Paulo, Cláudio, Geraldo e Gelson


O caminho tem belas paisagens, e algumas subidas desafiadoras. Na trilha escolhida, tem cerca de 28kms, mas que colocam mesmo os experientes com a língua de fora. Já não temos apenas uma história de amigos resgatados pelo caminho, outra virtude do percurso, que pode ser feito de carro em caso de algum problema.

*A famigerada placa...

Numa das passagens divertidas que ficaram para a história do grupo, nosso amigo Wagner Marrane seguia claudicante pela trilha, quando esperançoso avistou a placa "Quarqué caminho sai na venda - a 1000 m". Feliz por estar chegando, até animou o passo, até que os companheiros de trilha o informaram, que a distância de 1000m não se referia ao destino final, mas apenas a outro acesso, que tinha cerca de 14kms pela frente!

Quando enfim chegamos ao armazém, encontramos outros amigos e familiares aguardando. Não era servido almoço no sábado, a menos que tivéssemos reservado. Ainda assim, conseguimos tomar uma cerveja gelada (certamente não recomendada após exercício extenuante!) e ouvir uma gostosa moda de viola.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Caminhada da Lua Cheia


Quer participar de uma aventura e ainda ajudar a FIC - Fraternidade Irmã Clara (www.ficfeliz.org.br)?
Conheça os detalhes desta caminhada noturna, e envie a confirmação para claudio.r.caldeira@gmail.com. Haverá uma confraternização ao final do evento. Será numa Pizzaria, no sistema rodízio (R$ 25,00 por pessoa).

Quando: Sábado, 08 de Novembro de 2014

Ponto de Partida: Em frente ao Restaurante Parada do Quilombo (mapa: www.paradadoquilombo.com.br). Itupeva-SP

Horário de Apresentação no Ponto de partida: 17h30min

Percurso: 18 km (estrada de terra - baixa dificuldade)

Horário previsto para término: domingo, 09/11 - 01h30min

Investimento: doação de qualquer produto da lista abaixo, na quantidade desejada: 

  • Leite Integral
  • Leite em Pó Integral
  • Fraldas Descartáveis
  • Lista de Medicamentos: Lactulona, Tamarine, Phosfo-Enema, Baclofeno, Dipirona (gotas), Paracetamol (gotas), Simeticona (luftal), Domperidona (motillium), minilax, hipoglós, gutalax (pérola), dermodex (creme), Óleo Mineral Nujol, Bepantol, Cepacol.
Obs: As doações dos materiais à entidade filantrópica devem ser entregues aos coordenadores no início da trilha.





segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Curiosidades pelos Caminhos

*Por Cláudio Caldeira

Em toda caminhada, encontramos alguém ou algo que nos chama a atenção. Foi na caminhada  de 01/05 que conhecemos o casal Osmir e Célia, e seus cães Raio e Brenda.

*Em primeiro plano, Raio e Brenda. Em segundo plano, Welinton, Osmir, Célia, Geraldo, Fabio e Cláudio

Trilheiros se reconhecem rapidamente. Osmir e Célia são contumazes caminhantes, e sempre levam seus amigos caninos, também habituados a longos trajetos. À primeira vista, os cães não foram amistosos conosco, procurando defender seus donos. Mesmo assim, conseguimos trocar experiências e contatos de e-mail e telefones no primeiro encontro.

* Encarando a travessia do Riacho.

Resultante deste contato inicial, hoje estamos unidos no mesmo grupo de caminhada. Passamos a semana buscando tempo livre para descobrir e trocar experiências para mapear novas rotas. É a grande vantagem da caminhada. Mais do que a bicicleta, a moto ou o carro, permite que possamos observar cada detalhe, com facilidade para a pausa de uma conversa ou uma foto.

* Osmir encarando a chuva, próx. a pedra do touro.


Ah! Brenda e Raio já estão mais simpáticos conosco, sem no entanto podermos chegar muito próximos de seu “território’. Esperamos conquista-los com o tempo.

sábado, 11 de outubro de 2014

Dicas para Iniciantes

* Por Cláudio Caldeira


A Caminhada é uma agradável prática esportiva, que combina os benefícios do esporte com o relacionamento interpessoal. Devido ao longo tempo juntos, os participantes têm a oportunidade de ótimas conversas. Apesar das vantagens, é aconselhável que o iniciante siga algumas dicas, para que tenha mais chances de aproveitar, sem o risco de se machucar:
  • Caminhar é natural e não agride o organismo. Por isso, é o exercício mais recomendado por médicos, mesmo em casos de doentes crônicos. Ainda assim, é uma boa ideia ter o ok de seu médico antes de iniciar qualquer atividade física;
* Caminhando e batendo papo...
  • Ao me procurar, todos os que querem iniciar imaginam que é preciso ter uma excelente condição aeróbica, mas isto não é essencial. É claro que ajuda, mas o que é fundamental é ter uma condição muscular para permitir longas jornadas. Isso é obtido através de exercícios físicos específicos que podem ser orientados por um profissional de uma boa academia.
*Cuide do seu sono, sua alimentação e pratique exercícios

  • É aconselhável verificar qual o grau de dificuldade das primeiras trilhas/caminhadas para evitar traumas. Se você está começando, não é boa ideia se comprometer com 30 ou 40kms. O esforço será desagradável e talvez você nunca mais queira participar. Comece aos poucos.
  • O iniciante não precisa entrar na loja especializada e adquirir todos os equipamentos. É claro que o vendedor vai recomendar! Na verdade, basta alguns cuidados mínimos para o conforto. Com o tempo, você troca ideias com o grupo, e vai às compras mais informado. O que levar:

 - Tênis adequado. Você poderá adquirir um específico para caminhadas, ou usar um que já possua, desde que aguente o impacto para jornada;
 - Roupas leves para prática esportiva;
 - Protetor Solar;
 - Repelente, para trilhas no mato ou próximos a cachoeiras/rios;
 - Passar vaselina (em pasta) nos pés, para evitar atrito;
 - Utilizar duas meias apropriadas, uma fina (liner) por baixo e outra mais grossa (cushion) por cima;
 - Boné;

* Embora a água seja encontrada pelas trilhas, você deve garantir sua água potável.


 - Levar água (alguns membros do grupo chegam a tomar 1L a cada 10km). Não fique com sede para só então lembrar da água. Beba sempre, para ficar hidratado;
 - Levar alimentos leves. Sugiro Castanhas, ou frutas desidratadas.

* Viviane não descuida com o sol.

Depois destes pequenos cuidados, basta confirmar sua presença. Aguardamos os novatos para as primeiras experiências com nosso grupo. Também podem usar os comentários abaixo para enviar suas dúvidas, que teremos o maior prazer em responder e orientar.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A Caminhada do "Bar da Lú"

“Atrás de uma esquina pode estar à espera um novo caminho ou uma porta secreta”

               J.R.R.Tolkien

Por vezes é difícil dar um nome para uma trilha. O caminho pode ter alguma característica, como uma paisagem, uma cachoeira, um rio, uma ruína, uma pedra, e isso ajuda. Às vezes, o que “batiza” uma trilha é algo inusitado que aconteceu.

Foi assim que iniciamos o que fora chamado no convite de “caminhada das fazendas”. O plano era passar por fazendas na região de Itupeva, lugares bonitos, estradas de terra. 26kms – a serem percorridos na parte da manhã. Para encontrar o caminho de volta, margeamos a Rodovia Bandeirantes, e alguém sugeriu:

- “Será que nesse aglomerado de casas não tem um bar? A gente podia usar o banheiro e tomar um refrigerante”.

*Da esq. para a dir.: Fabio, Claudio, Geraldo, Viviane, Welinton

Não me lembro do autor da ideia, mas foi amplamente acatada. Aparentemente, o banheiro foi MUITO providencial para um dos membros do grupo. Os demais entramos no bar, que se preparava para a festa junina que seria comemorada à noite.

A Lu, que dava nome ao bar, nos recebeu. A visita a seu estabelecimento não teria maior significado, não fosse a frase por ela proferida assim que nos viu:

“Vocês estavam roçando aonde?” disse a proprietária do bar.

Confusos, demoramos para nos dar conta que as botas, as mochilas de camelbak e os walking sticks podiam confundir olhos incautos e fazer-nos parecer roçadores. Foram muitas risadas, e alguns membros do grupo rememoraram que os walking sticks já tinham sido confundidos também com varas de pesca.

Foto: Detalhe da "roçadeira" do Geraldo

Foto: Bela paisagem, e um desejável trecho de sombra

Foto: O grupo mantém passo firme, mesmo após abastecer parte dos cantis com (!!) cerveja.

A Lu nos recebeu bem. Disse que serviria bebidas, mas estava ocupada em função dos preparativos da festa da noite. Sentimos o cheiro do frango no forno, além de outros quitutes prometidos. Combinamos com ela de fazer uma nova caminhada, desta vez agendados para provar de seus dotes culinários! Desde então, este foi o nome da trilha.



Dia do Trabalho - A Primeira Caminhada Longa

“A partir de um certo ponto, não há retorno. Este é o ponto que é preciso alcançar”

Franz Kafka

A primeira vez a gente não esquece. Cerca de 30kms – de Vinhedo a Itupeva, e depois de volta.



Aceitei o convite para minha primeira caminhada – foi no feriado do Dia do Trabalho. O que me impediu até aquele dia? Não sei, medo de não dar conta, preguiça de acordar cedo.

Preparação feita, foram prazerosos os primeiros 20kms e dolorosos os 10kms finais, fruto de bolhas causadas pelo uso de calçados inadequados à estrada pedregosa. Encontrei um grupo receptivo, de conversa leve, que em pouco tempo se tornaria amigo de novas aventuras. Encontrei paisagens lindas, próximas de casa, que eu nunca tinha visto. Encontrei ciclistas e peregrinos à pé, todos cordiais, cúmplices que se cumprimentavam ao cruzar pelo caminho. Um dos membros do grupo lembrou: “se estivéssemos em casa, estaríamos nos arrastando para a mesa do café, ou com a Tv ligada”.

*Cachorro prestes a atacar, e a equipe em postura de alerta.

Na primeira caminhada, você não sabe como seu corpo vai responder. É tudo novidade. No final da primeira subida, já está pensando em desistir, mesmo quando ela acontece nos primeiros 3kms do percurso! Os olhares do grupo têm um misto de cuidado e sorriso desafiador. Será que o novato consegue? Daí você encontra um equilíbrio, os passos ficam firmes, segue em frente. Na fase final vem aquele desânimo, mas você está chegando, vale buscar as energias e terminar. Há um sentido de realização ao encontrar seu carro. E um de alívio ao entrar debaixo do chuveiro!



O corpo não gostou muito da primeira, manquei por quatro dias depois do evento. Minha esposa dava risadas. Uma prima me chamou para a realidade – “vc acordou cedo para andar de nada a lugar nenhum!” Mas a alma - essa saiu lavada – e me pediu para continuar. Foi um ponto de inflexão: a partir daquele dia, deveria fortalecer o corpo, para que ele fosse o veículo apropriado para esta nova atividade, que tantas emoções tem criado.

*Da esquerda para direita: Claudio, Viviane, Welinton, Geraldo

*Da esquerda para direita: Geraldo, Welinton, Fabio, Claudio

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Post Inaugural



"Há pessoas que nunca se perdem porque nunca se põem a caminho."
            Goethe


Somos um grupo de apaixonados por caminhadas.

Diferentes foram os caminhos que nos trouxeram a esta atividade. Cada um de nós encontra uma realidade diferente a cada curva, a cada paisagem. A realidade é temperada com nossas experiências individuais, nosso estado de humor, nosso grau de cansaço ou de inebriante endorfina.

Ainda assim, há muito em comum: liberdade, superação, equilíbrio e contato com a natureza. O apreço pela conversa amiga, pelo som de nossos passos, ou do silêncio.

Decidimos fazer este Blog pela mesma razão que um religioso professa sua fé: para registrar nossas peregrinações, conclusões e experiências. Esperamos que seja divertido, e útil para propagar esta prática tão saudável.

Aqueles que se identificam com o sabor dessas aventuras serão sempre bem vindos!