sábado, 9 de maio de 2015

Perfil do Participante: Márcia Cristina Freitas

"O desejo de ir em direção ao outro, de se comunicar com ele, ajudá-lo de forma eficiente, faz nascer em nós uma imensa energia e uma grande alegria, sem nenhuma sensação de cansaço."

Dalai Lama



Márcia Cristina FreitasA.K.A. "Garrafada", é famosa por seu apreço pela medicina tribal (rsrs). Chegou ao grupo elevando os níveis de assiduidade. Não perde uma caminhada, e está sempre disposta e de bom humor. Abraçou rapidamente o espirito democrático e de alto astral: a conversa é agradável, sem radicalismos, mas com personalidade. Márcia mostra compromisso genuino com o grupo e se tornou rapidamente figura de suma importância no Katuape.

Como/Por que começou a caminhar?
Sempre fiz caminhadas sozinha , quando tinha oportunidade de sair da selva de pedras. Não podia ver um trechinho de terra que logo me punha a caminhar, apreciar a natureza , ouvir os sons de pássaros, das arvores ao balançar com o vento  e sentir os aromas do caminho.

Prefere que tipo de caminhada?
Minha preferencia  são por trilhas dentro de mata, onde geralmente você anda, sobe, desce e sempre encontra paisagens belas e inusitadas. Mas também  não descarto caminhadas por estradinhas de terra, de preferencia com algumas subidas básicas

Qual a caminhada mais desafiadora que já fez?
Por enquanto, foi  a do Bar do Vicentão em Joaquim Egídio (Campinas-São Paulo). Já fiz 3 vezes, mas a primeira foi o teste para aguentar 20KM com muito Sol e Subidas longas.  Achei que não aguentaria a ultima subida, batizada de Mini K2.

Que caminhada pretende fazer?
Pretendo fazer o caminho de Santiago de Compostela e outra que me instiga bastante é a dos 88 templos de Shikoku no Japão

Qual equipamento considera indispensável?
Águaaa !!!! Protetor solar , luvas e boné....

Já pagou algum mico? Alguma situação engraçada?
Hahahahahaha !!!!! No Gomeral , como gosto de abraçar o mundo, tentei também abraçar uma pedra...kkkkk, segurei em uma corda e não apoei o pé onde deveria e joguei o corpo, bati com tudo do outro lado da pedra e voltei, pensei que tivesse quebrado o braço, tudo isso por livre e espontânea falta de habilidade e teimosia.

Uma lembrança inesquecível?
Todas as caminhadas são inesquecíveis e as tenho guardadinhas. Mas a caminhada noturna da lua cheia, a primeira que fiz, foi o inicio de tudo !!!  (principalmente da nova Márcia). No meio do caminho estava andando sozinha e encontrei duas senhoras com dificuldade para tirar foto e ofereci  para ajuda-las,  elas agradeceram imensamente e disseram: “..... foto tirada pela pessoa que se oferece a fazer é duas vezes agradecida..... E se prepare, se o bichinho da caminhada te morder, você vai ficar viciada!!!" Dito e feito!!!

terça-feira, 5 de maio de 2015

Ruínas

"Há duas espécies de ruínas: uma é o trabalho do tempo, outra o dos homens. "
François Chateubriand


Coletânea de fotos de ruínas e locais abandonados, testemunhos da força do tempo. Assim como as pessoas, também as coisas caminham para seus destinos.

Grupo Katuape - próx. ao Rio Jundiaí
"Se é sempre Outono o rir das Primaveras, 
Castelos, um a um, deixa-os cair... 
Que a vida é um constante derruir 
De palácios do Reino das Quimeras! 

E deixa sobre as ruínas crescer heras, 
Deixa-as beijar as pedras e florir! 
Que a vida é um contínuo destruir 
De palácios do Reino das Quimeras! 

Deixa tombar meus rútilos castelos! 
Tenho ainda mais sonhos para erguê-los 
Mais alto do que as águias pelo ar! 

Sonhos que tombam! Derrocada louca! 
São como os beijos duma linda boca! 
Sonhos!... Deixa-os tombar... Deixa-os tombar. "
Florbela Espanca, in "Livro de Sóror Saudade" 

Construção em adobe, trilha do fantasma

Mais uma da trilha do fantasma
" Cobrem plantas sem flor crestados muros; 
Range a porta anciã; o chão de pedra 
Gemer parece aos pés do inquieto vate. 
Ruína é tudo: a casa, a escada, o horto, 
Sítios caros da infância. 
Austera moça 
Junto ao velho portão o vate aguarda; 
      Pendem-lhe as tranças soltas 
     Por sobre as roxas vestes. 
Risos não tem, e em seu magoado gesto 
Transluz não sei que dor oculta aos olhos; 
— Dor que à face não vem, — medrosa e casta, 
Íntima e funda; — e dos cerrados cílios 
Se uma discreta muda 
Lágrima cai, não murcha a flor do rosto; 
Melancolia tácita e serena, 
Que os ecos não acorda em seus queixumes, 
Respira aquele rosto. A mão lhe estende 
O abatido poeta. Ei-los percorrem 
Com tardo passo os relembrados sítios, 
Ermos depois que a mão da fria morte 
Tantas almas colhera. Desmaiavam, 
Nos serros do poente, 
As rosas do crepúsculo. 
“Quem és? pergunta o vate; o sol que foge 
No teu lânguido olhar um raio deixa; 
— Raio quebrado e frio; — o vento agita 
Tímido e frouxo as tuas longas tranças. 
Conhecem-te estas pedras; das ruínas 
Alma errante pareces condenada 
A contemplar teus insepultos ossos. 
Conhecem-te estas árvores. E eu mesmo 
Sinto não sei que vaga e amortecida 
Lembrança de teu rosto.” 
Desceu de todo a noite, 
Pelo espaço arrastando o manto escuro 
Que a loura Vésper nos seus ombros castos, 
Como um diamante, prende. Longas horas 
Silenciosas correram. No outro dia, 
Quando as vermelhas rosas do oriente 
Ao já próximo sol a estrada ornavam 
Das ruínas saíam lentamente 
Duas pálidas sombras: 
O poeta e a saudade." 
Machado de Assis

A natureza retoma seu espaço - I

A natureza retoma seu espaço - II



sábado, 2 de maio de 2015

21 de Março - Caminhada Filantrópica

"Um homem bom não necessita de monumentos: os seus atos permanecem como o seu santuário." 
Texto Judaico

Aos amigos do blog, nossas desculpas. Por vezes, a rotina não deixa que façamos os relatos de nossas experiências de caminhada no devido tempo. O Grupo Katuape continua em suas andanças, "sozinho" ou reunido a outros grupos. Se você tem interesse em caminhar conosco, escreva nos comentários do blog, que entraremos em contato.

Algumas atividades, no entanto, não podem passar sem registro. Em 21/03/2015, novamente foram reunidas cerca de uma centena de pessoas, e partimos orgulhosos com outros grupos para fazer parte de mais uma caminhada filantrópica - reunindo doações para a FIC - Fraternidade Irmã Clara - www.ficfeliz.org.br .



A caminhada é uma atividade democrática. Peregrinos novatos e experientes se espalharam pelos 17kms de percurso, iniciando e finalizando junto ao restaurante Parada do Quilombo, que reuniu o grupo para um almoço animado.

Caminhar é uma atividade longe de ser solitária. Pode-se, claro, observar o entorno e ouvir apenas seus passos, isolado em seu mundo interior. Mas há alternativas: nos momentos em que os participantes emparelham, dependendo do ritmo, e a conversa flui naturalmente. O assunto é leve, passa pelas experiências de cada um, troca de dicas, algumas informações pessoais. 


O clima dessa caminhada foi ameno, e por consequência mais reflexivo. Teve trechos pequenos de garoa, que nem sempre valiam o trabalho de vestir a capa de chuva. Emoldurado pela bela estrada de terra -  com suas árvores, paisagens e esparsas habitações e ruínas - o grupo seguiu no habitual clima de amizade e companheirismo. 


Quando se pára ao fazer uma foto, ou amarrar o calçado, a paisagem humana muda ao redor. Pessoas que caminhavam com você seguiram em frente, para novos encontros. E o caminho, generoso, nos traz novos contatos e novas histórias. Mas não há despedidas! Numa outra curva da estrada, uma pedra ou uma árvore convidam ao descanso, e represam os participantes, que reencontram os amigos das conversas de há pouco.

Para o resultado desse dia, cultivando saúde e bons pensamentos em meio a natureza, cada um pode fazer sua própria "contabilidade". Além desse resultado pessoal, há o coletivo - e devemos comemorá-lo! A foto abaixo, com as doações reunidas, mostra a força da generosidade. 

Parabéns aos organizadores e participantes!